terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O Tradicional no Virtual...

Estamos presenciando mais um daqueles fenômenos da Internet, desta vez com uma relação direta com a Educação. Claro que tudo que vem acontecendo, as redes sociais, os blogs, os vídeos, computação nas nuvens, realidade aumentada, enfim, tudo que tem surgido de forma intensa na rede acaba refletindo na Educação, mas desta vez, no meu ponto de vista, o que está acontecendo a partir do fenômeno Khan Academy (http://www.khanacademy.org/) é impressionante e intrigante.
Trata-se de um site criado pelo matemático americano Salman Khan onde ele apresenta e disponibiliza uma infinidade de vídeos sobre diversos assuntos abordados em escolas e universidades. São conteúdos de história, física, matemática, química, finanças, etc.. Além disso, o site conta com uma série de exercícios e um sistema de controle para pais e professores, e os próprios alunos, sobre o desempenho nas atividades realizadas.
Ele foi capa de uma revista de grande circulação no Brasil na semana passada e realmente vale à pena ler, mas principalmente fazer uma pesquisa na internet sobre o que ele vem provocando ao redor do planeta com suas “aulas” e assistir aos vídeos, mesmo que seja por curiosidade. 
É impressionante pela quantidade (e qualidade) de vídeos produzidos, são mais de 2700 vídeos e exercícios e mais de 4 milhões de seguidores. Mas o que mais me chama a atenção, que é intrigante, é a forma com que ele aborda os conteúdos.
Assisti somente alguns vídeos, mas ele mesmo trata dessa questão na entrevista. Estou me referindo a uma abordagem tradicional de ensino, o que é muito criticado por boa parte dos estudiosos e pesquisadores na área da didática. Claro que as críticas não se restringem ao fato de ser um ensino simplesmente tradicional, um professor falando, um monte de alunos sentados em suas carteiras ouvindo o "dono do saber" e depois de ter copiado e ouvido basta fazem uma "prova" pra provar que "aprenderam/decoraram".
O rapaz usa um tablet como um quadro negro e uma caneta digital, mas ele não aparece nos vídeos, ouvimos sua voz e vamos assistindo as explicações a partir de desenhos, gráficos e o que for necessários no entendimento dele para expor o assunto.
São vídeo-aulas com duração média de 10 minutos. Na entrevista ele é claro em afirmar que esse tempo é o suficiente para prender a atenção do aluno e fazer com que ele se interesse pelo assunto. Com certeza não dá pra ficar falando 50 minutos na cabeça do aluno e acreditar que ele irá aprender alguma coisa - apesar de nós professores fazermos muito isso...
Enfim, acredito que o fato dele adotar uma abordagem de certa forma tradicional, como afirma alguns críticos, podemos ficar intrigados, mas ao mesmo tempo, isso confirma o que muitos estudiosos vêm afirmando sobre metodologia do ensino. Não importa se o professor adota uma abordagem tradicional, escolanovista, humanista, crítico-social, etc., o professor deve dominar o assunto, fazer com que o conteúdo seja interessante, que seja tratado de forma reflexiva e crítica, cada coisa em seu lugar em cada momento, permitindo que o aluno possa refletir sobre o que foi tratado, que possa rever caso sinta necessidade e que realize atividades relacionadas ao que está sendo trabalhado.
Estou sendo muito simplista em minha análise, compreendo que estamos lidando com assuntos complexos e que precisam ser tratados com certo "rigor", com um olhar mais sistemático. Mas não queria perder a oportunidade de partilhar esse "fenômeno" da educação atual, principalmente por se tratar do uso das tecnologias digitais no processo de ensino e aprendizagem.
Procuro chamar a atenção dos meus alunos sobre o cuidado que devemos ter ao promover análises críticas sobre a educação e os professores, temos que considerar os diversos fatores e elementos que permeiam e devem fazer parte dessa discussão.
No entanto, gostaria de destacar que independente de ser uma "aula" tradicional ou com um caráter mais tradicional, o fato é que os alunos estão procurando assistir as "aulas" do "Professor Khan", estão interessados nos conteúdos, são milhões deles. E outro fator importante no processo de ensino e aprendizagem pode ser confirmado, não adianta o professor ser o melhor professor do mundo (como estão afirmando que o jovem matemático é), preparar e desenvolver uma aula maravilhosa, se o aluno não quiser, se ele não se envolver, ele não vai aprender.
O professor deve pensar sua prática pedagógica não somente em como desenvolver os conteúdos, mas também, e principalmente, como se dará a aprendizagem ou como os alunos poderão aprender a partir dessa prática de ensino. E creio que o jovem Khan está agindo nessa lógica, pensando primeiramente no aluno. 
De qualquer forma, temos mais um elemento pra considerar em nossos debates e discussões sobre o uso da TDICs na Educação. Tenho muito o que ler sobre o assunto, assistir aos vídeos e debater bastante para chegar a uma conclusão consistente. O importante é que as coisas estão acontecendo, penso que cada vez mais as pessoas estão se interessando pelo tema, estão discutindo e dando destaque às necessidades de pensarmos e revermos a Educação a partir das Tecnologias Digitais e suas potencialidades.


Os vídeos estão em inglês, mas a fundação Lemann (http://www.fundacaolemann.org.br/) está desenvolvendo um projeto para traduzir alguns vídeos da Khan Academy para que possam ser utilizados pelas escolas no Brasil.


Luz e Paz!!!

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Educação -> conectividade e interatividade

Estamos procurando refletir e discutir os aspectos e fatores relacionados às tecnologias digitais de informação e comunicação na educação, na busca pela compreensão e construção de propostas nos processos de ensino e aprendizagem que possam representar mudanças que contribuam para uma educação "conectada" e coerente com o tempo em que estamos inseridos - nós e principalmente nossos alunos.
Estou procurando ler, assistir, ouvir, enfim, estou aprendendo e procurando apreender sobre o tema, sobre os assuntos relacionados que possam auxiliar nessa busca. Claro que nem tudo "serve" ou tem de fato alguma relevância, mas penso que não podemos ter preconceitos, temos que saber ou procurar conhecer primeiro para criticar e fazer a análise necessária para se chegar a alguma conclusão. Quando agimos com base na reflexão, na avaliação, na criticidade, na contestação e argumentação a possibilidade de aprendizagem pode ser maior, vamos tirar proveito (de forma consciente) dessa rede repleta de informações.
Estou disponibilizando o link de um vídeo (acesse aqui) que particularmente gostei muito. Acho interessante a forma com que o expositor, o Prof. Sílvio Meira, apresenta e trata as questões relacionadas às tecnologias na educação no contexto atual.
Podemos assistir e debater sobre, o que acham?
Luz e Paz!!!